Texto: Luís
de Matos
Fotos: Luís
de Matos, Maria José Lopes e Ana Sofia Matos
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Foto: O
trajecto.
Regressamos
às viagens maiores a bordo do “Pantera Negra”!
Diga-se, em
abono da verdade, que já tínhamos saudades. As últimas viagens desse género
tinham sido, em 2018, à Irlanda e Irlanda do Norte, e, no ano seguinte, à
Andaluzia. Depois… Bem, depois veio uma pandemia, seguida da invasão da Ucrânia
pela Rússia…
Só no
início de 2023, decidimos que Setembro desse ano seria ideal para retomarmos as
ditas viagens. Até onde?... Até aos Balcãs.
A península
balcânica e as suas convoluções culturais, políticas e sociais, sempre exerceu
um enorme fascínio neste lado da Europa. Muito provavelmente, porque uma parte
esteve durante um significativo período das nossas vidas do outro lado da
"cortina de ferro"..., e a outra parte, dentro do movimento dos
"não alinhados", era como se também estivesse. Em termos práticos, ao
longo de grande parte do século XX, a península balcânica manteve-se quase
inacessível ao vulgar cidadão ocidental.
Lembramo-nos
de ter assistido nas televisões ao que foram as conturbadas décadas de oitenta
e noventa do século passado por aquelas paragens... No liceu, também estudamos
a "Guerra dos Balcãs" e a origem da "Grande Guerra"...
Estudamos a presença do impérios Otomano e Romano... Lembramo-nos até de termos estudado os reinos antigos da Dácia,
Moésia, Trácia e Macedónia... Bem, lembramo-nos apenas muito vagamente!
A ideia de
uma viagem maior aos Balcãs assentou assim (et
comme d’habitude), no desejo de conhecermos melhor o legado histórico,
religioso e cultural destes, agora, países independentes. Qual "cereja no
cimo do bolo", os parques naturais e as paisagens são de "cortar a
respiração", plenas de montanhas, desfiladeiros, vales, rios e lagos, e com
uma orla marítima recortada, a fazerem as delícias do olhar..., e da lente da
máquina fotográfica!
Como a nossa
filha tinha ido a Milão por esses dias, ainda pudemos desfrutar da sua
companhia na zona do Lago de Como…, que até ficavam em caminho.
:-)
Num
exercício de fazer esticar os dias de férias disponíveis, nesta viagem regressamos
à Croácia (não sem antes se fazer uma travessia dos Alpes e uma visita aos
Lagos Maggiore e de Como), para visitar a zona da antiga Ístria, o Parque
Natural dos Lagos de Plitvice, e descer toda a costa da antiga Dalmácia até
Dubrovnik... Continuou-se a “ziguezaguear” por ali abaixo, atravessando o
Montenegro, a Albânia e entrando no Norte da Grécia, onde embarcamos para a
viagem de regresso. E já apanhamos com indicações em cirílico e grego, claro… Os
"restantes" países e regiões dos Balcãs, mantêm-se em agenda para uma
(re)visita. Nestas coisas, não se conseguem nunca as desejadas optimizações.
Nas viagens
de ida e regresso (até à dita península balcânica), noblesse oblige, tivemos um misto de zonas já conhecidas, e de
zonas que tinham ficado sempre “para uma outra vez”, como a República de São
Marino, o Estado-Nação mais antigo do mundo, fundado no ano 301.
Setembro é
sempre um mês com uma dinâmica climatérica muito própria, para além de que faz
frio nas montanhas e calor ao nível do mar… Viajamos, portanto, de Norte para
Sul, o que se revelou uma excelente aposta.
As
fronteiras envolvidas não costumavam ser complicadas. Mas, com as convoluções
geo-político-estratégicas dos últimos tempos, eram uma incógnita. Sem falar que,
passar do Montenegro para a Croácia…, tinha fama de ser caótico. Só que
estávamos já fora da época alta do turismo e a viajar “no tal sentido” de Norte
para Sul. Foi tudo pacífico, profissional e rápido. Ok! Confirmamos in loco que quem ia do Montenegro para a
Croácia, ainda tinha de enfrentar uns quantos quilómetros de filas!
Foram quase
dez mil quilómetros (dos quais, menos de mil em ferry-boat) de paisagens
fantásticas e lugares admiráveis, numa sucessão ímpar de Patrimónios da
Humanidade, pela UNESCO.
Foto: O
último dos, já “internacionalmente famosos”, road-books das nossas viagens.
Atravessar “meia Europa”, até aos ‘Lagos’
italianos
O primeiro
dia é sempre para sair razoavelmente cedo de Abrantes, até porque, na passagem
dos fusos horários, “perdemos” uma hora. Há que atravessar uma parte de
Portugal, Espanha e ficar já em França. Trajectos já nossos conhecidos, e em
que quase só paramos para almoçar e “esticar as pernas”.
Desta vez,
aportamos um pouco acima da nossa habitual escala de Biarritz, a Capbreton, que
ainda não conhecíamos. A ideia foi tentar aliviar ligeiramente o segundo dia,
que, mesmo assim, teria idêntica quilometragem. E conhecer Capbreton!
O mergulho
de final de tarde nas águas do Golfo da Biscaya começa a ser um “clássico”
nestas nossas viagens! Soube pela vida!
Mais do que
o porto, a marina e as praias, o longo cais de madeira é o ex-libris e, quase, lugar de peregrinação de turistas, pescadores,
surfistas e moradores de Capbreton.
Fotos: Capbreton.
O dia seguinte foi mais uma daquelas “etapas de ligação” iniciais. Demandávamos Annecy, já nos Alpes, “do outro lado” de França. Escusado será dizer que uma visita ao interessante museu da Michelin, em Clermont-Ferrand, ficou para “uma próxima vez”, de novo...
Entretanto,
numa das nossas paragens, vemo-nos, de repente, rodeados pelo que nos pareceu
ser um destacamento do “Groupe d'Intervention de la Gendarmerie Nationale”.
Veículos blindados, veículos “normais”, polícias com protecções balísticas e
“armados até aos dentes”, etc. Fizeram
também ali um “pit-stop” e partiram rapidamente… Seguimos atrás deles durante
uns quilómetros (veículos civis não se intrometem em colunas de veículos
militares e para-militares), até que sinalizaram que os podíamos ultrapassar e
seguiram, bem depressa, para outra via.
França tem,
de facto, um problema latente de segurança…, que se tem vindo a adensar nos
últimos anos.
Foto:
Algures, no meio de França.
Annecy, la
bèlle! Annecy, la Venise des Alps!
Com os seus
canais, a sua história, os seus monumentos e, claro, o Lago Annecy que, diz-se
por lá, tem as águas mais limpas da Europa. A água do lago é potável e
alimenta, directamente, a rede pública de Annecy. Com 18000 anos, é o segundo
maior lago de origem glacial do país, logo a seguir ao Lago Bourget, ali bem próximo.
Vários locais da zona estão classificados como Património da Humanidade, pela
UNESCO.
De Aveiro a
Bruges, de Amesterdão a Copenhaga, de São Petersburgo a Hamburgo, de Estocolmo
a Annecy, …, etc., o que não falta
são “Venezas” por esse mundo fora. É certo que são todas muito bonitas e têm os
seus encantos. Mas…, Veneza é Veneza!
Dito isto,
Annecy é uma cidade encantadora e cheia de charme, com a zona antiga muito bem
conservada. As suas origens perdem-se no Neolítico e, desde cedo, ocupou uma
posição estratégica nas vias de comunicação entre França, Suíça e Itália. Pela
sua posição determinante durante a Reforma Católica, ficou também conhecida por
“Roma dos Alpes”.
Em 2015
recebeu o galardão “Fleur d’Or” e continua no grupo das cidades mais floridas
de França. Pelo que vimos em Setembro…, podemos imaginar o que será em Maio!
Reza também
a lenda que, se dois apaixonados se beijarem na ponte Pont des Amours, sobre o
canal de Vassé, ficarão juntos para sempre…
Entretanto,
nada como, em viagem, comemorarmos os trinta e dois anos de uma outra grande
viagem… O nosso casamento!
Fotos: Annecy, a “Veneza dos Alpes”.
Foto:
Trinta e dois anos antes, em Lisboa.
Há uma
década atrás andamos pelos Alpes, com amigos de longa data. Hoje íamos, de novo,
atravessar a cadeia montanhosa com destino ao Lago Maggiore, já em Itália.
A ideia
inicial era a de irmos almoçar à sempre encantadora Chamonix-Mont-Blanc e,
quiçá, revermos devidamente a matéria sobre os produtos da “Brasserie du Mont
Blanc”, que, após quase dois séculos de história, continua a preservar as
tradições cervejeiras locais, a partir da água dos glaciares do Monte Branco.
Nesse ano, em 2013, a sua cerveja “La Blanche” ganhou o prémio de Melhor
Cerveja Branca do Mundo, do World Beer Awards. Prémio que revalidou…
Depois,
seguiríamos pelo Túnel do Monte Branco para o Vale de Aosta e, daí, para o Lago
Maggiore.
Só que as
notícias e os plackards de informação referiam que o Túnel de Fréjus estava
encerrado…, e que o Túnel do Monte Branco tinha duas horas de espera. Nestas
coisas, quando eles falam em duas horas…
Assim, já
próximo de Chamonix-Mont-Blanc, decidimos virar para Megève e seguir para a
Route des Grandes Alpes. Em Séez, viramos para a Forêt du Loissel, rumo ao Col du
Petit Saint-Bernard, e ao Vale de Aosta. Em Janeiro de 2024, a estância de ski
de Megève será palco do “L’élégance à Megève”, um concurso de elegância para
automóveis excepcionais! Mas…, ainda estávamos em Setembro de 2023…
Em parte,
já nossa conhecida, a Route des Grandes Alpes continua uma das mais
encantadoras estradas da zona. Desta vez, só a percorremos num pequeno troço. O
Col du Petit Saint-Bernard, esse, pede sempre uma paragem.
Espero que
passe rapidamente a moda de colocar autocolantes nas placas de sinalização de
locais tidos como emblemáticos (e.g.,
a placa do Col du Petit Saint-Bernard). Os autocolantes sujam, estragam e tapam
as ditas placas. Guardem os ditos autocolantes para outros sítios. Acreditem,
ninguém quer saber se o “Grupo étnico-desportivo-cultural-copofónico-gastronómico-
etc., de Alguidares de Baixo” ali
esteve! Ninguém quer saber!
Impressionante
o número de pessoas, algumas já com bastantes cabelos brancos, que desafiavam,
de bicicleta, estas íngremes estradas de montanha! Ou não andássemos nas
“Mecas” do Tour de France!
Fotos: De
novo, a cruzar os Alpes.
Várias
horas, e muitas paisagens deslumbrantes (com áreas classificadas como
Património da Humanidade) depois, chegamos ao Lago Maggiore, o maior de todos
(estende-se até à Suíça), para mais paisagens deslumbrantes!
Apesar da
antecedência com que realizamos as reservas, não tínhamos conseguido hotel em
Stresa, a principal povoação do lago. É que se celebrava, por aqueles dias, a “The
4th historical revival of the Arona-Stresa-Arona car race”, cuja primeira
edição tinha ocorrido em 1897.
Ao longo de
todo o fim-de-semana, dezenas de “Donas Elviras” em estado de concurso (e
alguns veículos não tão antigos) desfilavam e lançavam o seu charme pelas
povoações e pela fantástica estrada panorâmica que ladeia a margem Oeste do
Lago Maggiore, entre Arona e Stresa. Não, o “Pantera Negra” não participou nas
provas, embora também lançasse o seu charme por onde quer que passasse,
despertando a curiosidade dos locais e dos turistas…
Estabelecemos,
assim, a nossa base para aqueles dias em Belgirate, uma simpática e acolhedora
povoação a poucos minutos da mais movimentada Stresa, a jóia da margem esquerda
do lago.
Fotos: Lago
Maggiore - Belgirate.
Ernest
Hemingway adorava o Lago Maggiore, a sua quietude e o seu ambiente mais
natural, quando comparado com os outros lagos do Norte de Itália. As povoações
em seu redor ainda mantêm um toque de glamour da belle époque e dos hotéis ao
estilo art déco, muitos em que ainda pontificam os bons mármores e…, o ouro.
Podemos
sempre alugar um Riva Aquarama, ou um Riva Tritone, para visitarmos o lago e as
suas ilhas, com todo o glamour… Ou então, confiar nos excelentes serviços da
companhia “Navigazione laghi Maggiore, di Garda e di Como”, que asseguram
eficazmente as ligações a todas as ilhas e povoações. Impecáveis e pontuais!
Fotos: Lago
Maggiore - Stresa.
A maior
atracção do Lago Maggiore é, sem dúvida, a Isola Bella e o seu Palácio
Borromeo, que, com os seus jardins ao melhor estilo italiano, a ocupam por
completo. Quatro séculos de investimentos, muito trabalho e bom gosto,
transformaram um rochedo quase desabitado num palácio de referência para os
eventos da nobreza europeia, a convite da influente família Borromeo.
Fotos: Lago
Maggiore – Isola Bella.
Mesmo ao
lado, a Isola dei Pescatori é a única que, actualmente, mantém habitantes
permanentes. E, também, bons restaurantes. Convém é não chegar com fome…, pois
o serviço é lento, muito lento. Mas a comida é deliciosa!
Fotos: Lago
Maggiore – Isola dei Pescatori.
Mais um
curto trajecto de barco e visitamos a Isola Madre. O palácio, bonito, não se
aproxima sequer do luxo do da vizinha Isola Bella, mas os seus jardins são
fantásticos. Um outro “registo”, muito diferente do anterior.
Fotos: Lago
Maggiore – Isola Madre.
Uma subida
aos 1491 metros do Monte Mottarone, reconhecida zona de desportos de Inverno e
passagem de primeira categoria do Giro d’Itália, não podia faltar. A “névoa”
vespertina, contudo, não permitiu apreciar devidamente as vistas sobre o Lago
Maggiore.
Em 2021, uma
cabine do teleférico que unia Stresa ao Mottarone despenhou-se, provocando a
morte de catorze pessoas e ferimentos numa outra. “Foi ontem”, como diz o povo,
e local impõe-nos um respeito adicional em memória das vítimas.
Fotos: Lago
Maggiore – Monte Mottarone.
Já a
caminho do Lago de Como, ainda se fez um breve desvio para o Colosso de São
Carlo Borromeo (“San Carlone”), em Arona. A estátua homenageia São Carlo
Borromeo, Cardeal e Arcebispo de Milão, canonizado pelo Papa Paulo V em 1610.
Construída
entre 1614 e 1698, com mais de trinta e cinco metros de altura, foi a maior
estátua de cobre do mundo até à inauguração da Estátua da Liberdade, em 1886.
Do, em
tempos imponente, Castelo de Arona, propriedade da família Borromeo e local de
nascimento de São Carlo Borromeo, apenas restam ruínas. Os exércitos de
Napoleão I arrasaram o castelo, que não voltou a ser reconstruído.
Compreende-se que, por estas bandas, a simpatia que os italianos revelam pelos
franceses, está ao nível da que nutrem pelos lacraus…
Fotos: Lago
Maggiore - Arona.
Gostamos,
mesmo, do Lago Maggiore! Mas, sem dúvida, o Lago de Como é o mais espectacular
e emblemático dos principais lagos da região, com águas cristalinas e rodeado pelas
paisagens das montanhas e florestas próximas. É, também, o terceiro maior lago
de Itália, depois dos lagos Maggiore e Garda.
A região do
Lago de Como é um dos mais luxuosos destinos de Itália. Quem quer
“notoriedade”, compra aqui uma “Villa”… Madonna, George Clooney, Brad Pitt e
Gianni Versace, só para citar uns quantos, investiram em villӕ luxuosas no Lago de Como. Ah! Parece que o George Clooney tem
a “Villa Oleandra”, em Laglio, à venda…
Começamos a
visita deambulando pela principal cidade do lago, Como, onde convergem as
margens sul e oeste. Ainda mantém algum cunho industrial, mas a, em termos
próspera, indústria da seda, tem cedido o lugar ao turismo.
Sendo a
nossa formação académica base muito ligada às “engenharias”, não podíamos
deixar de prestar o devido tributo ao químico, físico e pioneiro da
electricidade, Alessandro Giuseppe Antonio Anastasio Volta, o inventor da pilha
eléctrica e descobridor do gás Metano. Provavelmente, o mais famoso “Filho da
Terra”.
Fotos: Lago
de Como - Como.
Quando das
suas diatribes europeias, Napoleão I e o seu séquito ocuparam os
melhores “aposentos” que cada região possuía. No lago Maggiore, instalaram-se
na Isola Bella, e a sua educação e limpeza não deixou saudades… Aqui, em Como,
instalaram-se na recentemente construída, Villa Olmo.
Apenas
visitável (no seu interior) quando existem exposições, a Villa Olmo é hoje um
local de prestígio para conferências, eventos e exposições de arte. Definitivamente,
um lugar a visitar em Como. Havia um evento, privado, a partir do meio
da tarde… Mas ainda conseguimos uma visita ao seu interior.
Fotos: Lago
de Como – Como – Villa Olmo.
De barco e
saindo da cidade de Como, a povoação de Cernobbio atinge-se em cerca de quinze
minutos. Fomos por estrada, claro. Para além do pitoresco centro histórico, a
zona ribeirinha e o cais lacustre são encantadores. Em Cernobbio situam-se,
também, algumas villӕ mais famosas do
Lago de Como, como a Villa Erba, a Villa Pizzo, a Villa Bernasconi e a Villa
d’Este. Nesta última tem lugar o Fórum Ambrosetti, uma prestigiada conferência
internacional.
Fotos: Lago
de Como - Cernobbio.
Estabelecemos
a base para os próximos dias em Menaggio, um dos vértices do “triângulo
dourado” do Lago de Como… Menaggio, Varenna e Bellagio. Encantadora, mas mais
“operacional” do que as suas “vizinhas” da outra margem, Menaggio seria um
excelente lugar para se viver.
Existe ligação
por ferry-boat, com transporte de automóveis, entre estas povoações. Mas não se
justificava, de todo, e assim, o “Pantera Negra” ficou em descanso. Os locais
sugeriram-nos que, ao invés de começar por visitar Bellagio, fossemos primeiro
a Varenna. Sábia sugestão!
Fotos: Lago
de Como - Menaggio.
Bellagio é
a “pérola do Lago de Como” e uma das povoações mais belas, românticas e
transbordantes de glamour, de toda a Lombardia. Stendhal e Franz Listz
inspiraram-se nos seus jardins, villӕ
e paisagens, e o “Hotel-casino Bellagio”, de Las Vegas, também aqui veio beber
inspiração.
Fotos: Lago
de Como - Bellagio.
A verdade é
que, contra todas as opiniões, gostamos ainda mais de Varenna do que de
Bellagio… Sendo ambas fantásticas e encantadoras, Varenna pareceu-nos mais…,
“naturalmente acolhedora”. Como dizia a nossa filha, nos jardins da Villa
Cipressi, “que lugar encantador para celebrar um casamento”!
Fotos: Lago
de Como - Varenna.
Voltamos a
não alugar, nem comprar, nenhum Riva Aquarama, nem nenhum Riva Tritone (continuando
a confiar nos excelentes serviços da companhia “Navigazione laghi Maggiore, di
Garda e di Como”). Digamos que os Riva Aquarama mais “acessíveis” que
encontramos, estavam…, numa pequena montra em Menaggio.
:-)
O “Pantera
Negra” já esteve em África… Mas foi numa África que, no que toca a bicharada “diferente”
em liberdade, pouco passava dos macacos, dromedários e fenecos. Rumamos assim
ao “Pombia Zoo Safari Park”, uma mistura de “Badoca Park”, com parque de
diversões, maior e com a (grande!) diferença de que existe também um circuito,
vigiado, em que se passa com o próprio veículo dentro das cercas dos animais.
Portas e janelas fechadas, e ninguém sai dos carros, claro! Muito feito a
pensar nas crianças, é certo, mas os adultos também se divertem..., e tiram
fotografias a tudo o que mexe! Ainda por ali nos entretivemos uma boa parte da
tarde… O tempo suficiente para quase “sermos comidos vivos” pelos mosquitos!
Fotos: Pombia - Zoo Safari Park.
A ideia
inicial, de darmos uma volta por Milão e assistir a um espectáculo no Teatro
alla Scala (estava em cena “Il barbiere di Siviglia”, de Gioachino Rossini),
ficou para outra altura. Os radicalismos “ambientalistas” assim o ditaram.
O
"Pantera Negra", pela sua idade, já não pode entrar nas principais
zonas de Milão. Mesmo sendo um veículo de matrícula estrangeira, e apenas em
trânsito. Teríamos, portanto, que o estacionar algures fora dessas zonas de
restrições ambientais… Bastante longe do centro da cidade, o que seria um desperdício
de tempo e dinheiro. A área metropolitana de Milão é enorme. Cobre uma área
territorial equivalente à de Paris, com uma população de mais de sete milhões
de habitantes.
Assim,
qualquer dia, iremos de propósito a Milão… Viajaremos no nosso veículo até
Lisboa, onde embarcaremos num avião para o aeroporto de Milão (Malpensa). Aí,
porque o aeroporto fica bastante distante da cidade (40 km), apanharemos um autocarro
ou um Táxi para o centro de Milão… No regresso a casa, faremos o mesmo, só que
por ordem inversa… Táxi ou autocarro para o aeroporto de Milão, avião de Milão
para Lisboa e o nosso veículo, de Lisboa para Abrantes. E pronto, assim já
seremos “ambientalmente correctos”, pois não entramos com um veículo antigo em
Milão…, e estará tudo bem!
Rumamos,
pois, à cidade de Brescia, cujo centro histórico ilustra um passado agitado e
complexo, que remonta há 3000 anos atrás. A área do Fórum Romano e o complexo
monástico de São Salvador / Santa Júlia fazem parte do grupo de edifícios
históricos "Lombardos na Itália - Locais do poder” (entre os séculos VI e
VIII), que são Património da Humanidade, pela UNESCO. Brescia deve ser a única
cidade com duas catedrais consagradas, mesmo lado a lado (o Duomo Vecchio, do
século XI, e o Duomo Nuovo, do século XVII). Tudo bem próximo das ruínas romanas,
do século I.
Fotos: Brescia.
Se muitos
outros motivos não houvessem para um futuro regresso a Brescia…, o seu passado
automobilístico e uma visita ao Museo Mille Miglia seriam suficientes!
A Mille
Miglia foi uma prova automobilística de longa distância, disputada nas estradas
de Itália durante 24 edições, de 1927 a 1957. O percurso, de cerca de mil
milhas, tinha o formato de um "8" ligando Brescia a Roma, ida e
volta. Em 1957, a Ferrari colocou três automóveis nos três primeiros lugares. Uma vitória que todos esqueceram, de imediato. Um marcador metálico na estrada de Guidizzolo rebentou um pneu
dianteiro do Ferrari 335 Sport Scagliettei, de Alfonso de Portago, provocando a
perda de controlo do veículo. Do acidente resultou a morte do piloto, do
co-piloto e de mais nove espectadores, dos quais cinco crianças. Nesse mesmo
ano, o governo italiano proibiu todas as competições automobilísticas em
estrada aberta.
Esta prova
mítica renasceu, entretanto, num figurino completamente diferente, como uma prova
de regularidade para automóveis clássicos.
Brescia
desempenhou, também, um importante papel na continuidade da marca Bugatti
durante os conturbados anos da Grande Guerra. Pouco tempo depois, no Brescia
Grand Prix de 1921, quatro imbatíveis Bugatti Type 13 “Brescia” ocuparam os
quatro primeiros lugares. À laia de tributo, a nossa “colecção automóvel” de
Abrantes, tem dois destes importantes modelos… O Bugatti Type 13 “Brescia”, com
o número 3 (“Brescia – Grand Bretagne”), e o Bugatti Type 13 “Brescia”, com o
número 7 (“Brescia – France”). Ambos na escala 1:43, claro…
Fotos: Brescia
– Bugatti Type 13 “Brescia”.
E agora…, os Balcãs propriamente ditos…
Acabou-se,
por ora, o "glamour" italiano… Viagem de ligação a Pula, com duas
fronteiras de permeio. Um trajecto, em grande parte, já nosso conhecido.
A Ístria é
apelidada de "Toscânia da Croácia" e toda a zona é, também, rica em
termos de história (especialmente no que respeita à presença do império
romano).
Seguimos
calmamente, pelas estradas costeiras, a desfrutar das paisagens e do Mar
Adriático, mesmo ali ao lado. Nos lagos alpinos, achamos por bem abdicar dos
mergulhos… Mas foi só aí! Por estas bandas, a temperatura da água estava mais
apetecível. As praias são quase todas rochosas, ou com aquela areia grossa e
irregular, a pedir umas boas “alpergatas”. Mas as águas são bastante
transparentes, e as nossas máscaras de mergulho, com os respectivos tubos de
snorkel, já têm lugar cativo na bagageira do “Pantera Negra”!
O mês de
Setembro já ia adiantado mas, ainda assim, a antiga cidade romana de Poreč e a
região circundante continuavam a aproveitar plenamente o Verão. Numa envolvente
de arquitectura mediterrânica, os edifícios romanos e bizantinos coexistem
admiravelmente com as traças góticas e barrocas de outras construções. Noblesse
oblige, o complexo bizantino da Basílica de Eufrásio, do século VI, é
Património da Humanidade, pela UNESCO. É um dos mais importantes monumentos da
Croácia e o mais bem preservado complexo de arquitectura paleocristã do mundo.
Fotos:
Poreč.
Com todo o
“il dolce far niente” que nos tem acometido, só ao “lusco-fusco” chegamos a Rovinj,
uma das mais belas povoações da costa da Ístria. E lá se foram as fotografias
decentes…
Rovinj era
uma ilha e só em 1763 o pequeno canal que a separava de “terra firme” foi
preenchido.
Devido à
falta de espaço, as casas estreitas de pedra foram construídas, umas ao lado das
outras, formando ruas estreitas e pequenas pracetas. Dizem que é o lugar mais
romântico do Mediterrâneo… Só mesmo uma fotografia aérea consegue fazer a
devida justiça ao encanto paisagístico de Rovinj!
Acabamos
por desfrutar de Rovinj já pela noite fora.
Fotos: Rovinj
(a última fotografia foi retirada da INTERNET, da página https://www.iStockPhoto.com/).
Provavelmente, a melhor base para se visitar a Península da Ístria, será a milenar cidade de Pula, centro administrativo da Ístria desde os tempos dos romanos, quando era conhecida por “Pequena Roma”. Aos dias de hoje, é quase um museu a céu aberto, onde pontificam o Anfiteatro, os Portões Gémeos, o Arco dos Sergi, o Templo de Augustus, o Fórum, o Castelo (da época em que pertencia à Sereníssima República de Veneza) e os túneis.
Entre todo
este impressionante conjunto de vestígios arqueológicos, o Anfiteatro de Pula
(contemporâneo do Coliseu de Roma), mandado construir pelo imperador Vespasiano
no século I, é o ex-libris e símbolo da cidade. O seu estado de conservação é
admirável e continua a ser palco de importantes espectáculos.
Fotos: Pula.
Deixamos a
Ístria, via Parque Natural de Ucka e rumamos a Sudeste, até ao Parque Natural
dos Lagos de Plitvice, um autêntico paraíso, que é, também, Património da
Humanidade, pela UNESCO.
Provavelmente,
a zona mais visitada de toda a Croácia, o parque estende-se por 20000 hectares
de bosques e de lagos, no coração dos Balcãs. Os dezasseis lagos do parque,
essencialmente ligados por cascatas, estão divididos em dois grupos… Os Lagos
Superiores (com 12 lagos), e os Lagos Inferiores (com 4 lagos). São todos
visitáveis, via discretos passadiços perfeitamente integrados na paisagem,
trilhos com diferentes graus de dificuldade e ligações com barcaças eléctricas
e um género de pequenos autocarros. Muitas horas de puro deleite! Nem se dá
pelo cansaço…
O símbolo
do parque é o urso pardo. Só que o dito prefere as áreas mais densas e isoladas
da floresta e, ao que nos disseram, dificilmente se aproxima dos visitantes.
Não vimos nenhum… Mas também não nos cruzamos com nenhuns dos outros
representantes emblemáticos da fauna local. Nem lobos, nem corços, nem veados
vermelhos, nem linces, nem lontras... Estavam todos bem escondidos!
A hotelaria
na zona não abunda. Ainda assim, conseguimos reservar a estadia num pequeno e
muito acolhedor hotel, de apenas dezasseis quartos…, cada um com o nome de um
dos lagos do parque.
Fotos: Parque Natural dos Lagos de Plitvice.
De per se, o Parque Natural dos Lagos de
Plitvice vale uma viagem à Croácia!
Entretanto,
era dia de cruzarmos os Parques Naturais de Velebit e de Paklenica, e de
regressarmos aos trajectos mais costeiros, junto ao Mar Adriático.
Começamos
por Zadar e pelas suas mais conhecidas atracções, o Órgão do Mar e a Saudação
do Sol.
O Órgão do
Mar é, no fundo, um instrumento musical com trinta e cinco tubos, diferentes, submersos.
O movimento das ondas pressiona o ar nos ditos tubos e gera os sons… A Saudação
ao Sol, nada mais é do que uma placa solar, com células fotovoltaicas, baterias
e controladores que, quando cai a noite, produzem diversos efeitos luminosos.
São de
facto, interessantes e algo que, quem sabe, poderia ser replicado com sucesso, mutatis mutandis, noutros locais com
orla marítima…
Zadar é a
cidade mais antiga da Croácia, remontando as suas origens ao século IX A.C. O
seu centro histórico, cercado por muralhas, está bastante bem conservado e
ilustra as influências arquitectónicas dos povos e regimes que por ali
passaram… Império Romano, Império Bizantino, Sereníssima República de Veneza,
Império Otomano, Império Austro-Húngaro e, mais recentemente, a Itália e a
antiga Jugoslávia…
Fotos: Zadar.
Descemos a
costa até Split, cujo centro histórico e o que resta do Palácio de Diocleciano
fazem, também, parte da lista do Património da Humanidade, pela UNESCO.
Mandado
construir pelo Imperador Diocleciano, entre o final do século III e o início do
século IV, o Palácio de Diocleciano (ou o que dele resta!) mantém-se como um
dos mais bem preservados complexos do período entre a Antiguidade Clássica e a
Idade Média. A pintura de Ernest Hébrard, de 1912, dá-nos a ideia do que teria
sido a aparência original do palácio. Impressionante! Mantenho, há muitos anos,
a opinião de que o colapso do Império Romano levou-nos a uma estagnação
civilizacional de, pelo menos, um milénio…
Os
“suspeitos do costume” instalaram-se em Split ao longo dos milénios, deixando
as suas marcas e desenvolvendo a cidade até se tornar um género de “capital
cultural” da costa ocidental do Mar Adriático. Mantém essa “boa onda” nos dias
de hoje!
Quando do
planeamento e preparação desta viagem, equacionamos a possibilidade de “fazer
um desvio” até às ilhas próximas, nomeadamente a Hvar, onde a sua Stari Grad
também é Património da Humanidade, pela UNESCO. Mas a “ditadura do calendário”
e dos dias de férias disponíveis…, ditou outras regras.
Fotos: Split.
Continuamos
a descer a costa, com paisagens magníficas “umas atrás das outras”, e acabamos
por “lançar ferro” em Omiš, antiga base dos Corsários de Almissa, os mais
temidos de todo o Mar Mediterrâneo, que, nos seus dias de glória, punham o
tráfego comercial do Adriático a "ferro e fogo".
O “Pantera
Negra” desfrutou aqui, da melhor garagem de hotel de toda a viagem, com
climatização e tudo! E nós, quais “miúdos grandes”, até de noite (e já na
segunda quinzena de Setembro) demos uns belos mergulhos no Mar Adriático!
A “Omiš
Riviera” está considerada uma das mais bonitas de toda a costa croata, com as
suas praias de águas cristalinas, de cor azul turquesa.
Procuramos
subir à Fortaleza, de onde se adivinhavam vistas fantásticas sobre toda a costa
de Omiš… Só que, a meio do caminho, avistamos a pequena Igreja de Santo
Estevão, mais acima, na pequena aldeia de Borak… Foi mais um daqueles trajectos
íngremes, de “ir e voltar para trás”, que valeu cada minuto pelas vistas
soberbas!
Fotos: Omiš.
Rumando a Sul,
para se atingir Dubrovnik, por estrada, tem de se entrar na Bósnia-Herzegovina,
e sair, poucos quilómetros mais à frente, para reentrar na Croácia.
Existe,
contudo, um acordo entre a Croácia e a Bósnia-Herzegovina para que se possa
atravessar a zona de Neun, que dá acesso ao Mar Adriático, como se fosse apenas
“trânsito local” e não trânsito entre duas fronteiras de dois países. Isto,
claro, se não se sair das estrada principal… Quem não quiser mesmo entrar na
Bósnia-Herzegovina, pode sempre sair para a povoação de Ploče, apanhar um
ferry-boat para Trpanj e, daí, percorrer toda a península de Pelješac, até
Dubrovnik.
Fotos: Quase a chegar a Dubrovnik....
Fundada no século I, a “Pérola do Adriático“ integra, também, a lista de Património da Humanidade, pela UNESCO. Na Idade Média, Dubrovnik, foi a única Cidade-Estado do Leste do Mar Adriático a conseguir rivalizar com a todo-poderosa Veneza. Atingiu o seu apogeu, e uma notável autonomia e poder (em termos marítimos e comerciais), no século XIV, altura em que se passou a chamar de República de Ragusa.
Permaneceu
independente até 1808, quando Napoleão conquistou a Dalmácia.
Os
bombardeamentos de 1991, por parte das forças da Sérvia e Montenegro, fizeram
temer o pior. Mas a cidade recuperou rapidamente o seu encanto, mantendo-se
como uma das cidades “medievais” mais bem conservadas do mundo e com um pano de
muralhas praticamente intacto.
As muralhas
da cidade velha são, em certa medida, o símbolo de Dubrovnik. Construídas do
século XIII ao século XVI, são consideradas um dos mais belos sistemas de
fortificações do mundo. Noblesse oblige, percorremos todo o coroamento desta
cintura de muralhas.
Dizem que a
cidade velha de Dubrovnik encanta sempre o visitante, mesmo que este a visite
por cem vezes! Ainda estamos muito, mas mesmo muito, longe desse número… Mas
Dubrovnik encantou-nos deveras!
Fotos: Dubrovnik.
Continuamos
para Sul, com destino a Kotor, no Montenegro. Entravamos, também, no mundo do
alfabeto Cirílico… Felizmente, na generalidade dos sítios, as informações
estavam duplicadas, no alfabeto Latino.
As
fronteiras, fora do espaço Schengen, são sempre uma incógnita. Mesmo as que
funcionam bem, podem, de um momento para o outro, complicar-se. Tivemos sorte e
tudo funcionou normalmente e com rapidez. Viajávamos fora da época alta, e no
sentido de Norte para Sul. Sabíamos que, mesmo assim, no sentido inverso (do
Montenegro para a Croácia) se formavam quilómetros e quilómetros de filas. E
elas lá estavam! Nem queríamos imaginar o caos que seria um final de tarde, no
pico do Verão, com o pessoal a querer regressar a Dubrovnik, depois de uma
visita a Kotor…
A Baía de
Kotor é, frequentemente, chamada de fiorde mais meridional da Europa. Mas não é
bem assim, pois não foi esculpida por glaciares. Esta impressionante baía, foi
criada quando o aumento do nível do mar submergiu um antigo vale fluvial,
formando uma ria.
Tal como
com Dubrovnik, também nos deixamos encantar com Kotor, a “Pérola do
Montenegro”, e com a sua localização ímpar, entre as montanhas e a baía. A
cidade, pequena e cercada por muralhas medievais, faz parte da lista de Património
da Humanidade, pela Unesco.
À boa
maneira medieval, naquele pequeno labirinto de museus, igrejas e pracetas, as ruas
não têm nome e o endereço de todos os edifícios é composto apenas pela
expressão "Stari Grad" (Cidade Velha), seguida de um número.
Fotos: Baía
de Kotor e, Kotor.
Abdicamos da
longa “experiência de caminhada” para subir à Fortaleza de San Giovanni, que
tem umas excelentes vistas para a baía e para a cidade de Kotor, já que
pretendíamos continuar a descer a Riviera Montenegrina, até Budva, a “Miami de
Montenegro”.
Na época
alta, e antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, Budva enchia-se de turistas russos
e ucranianos, enquanto a marina dava abrigo a um número impressionante de
grandes iates… Mesmo assim, já no final de Setembro e com tudo o que se tem
passado no mundo, o movimento era intenso.
Com a
requalificação da frente marítima, com festas e feiras, e com estradas e ruas
cortadas ao trânsito, chegar ao nosso hotel não foi “pêra doce”…, ainda que,
pelo menos um indivíduo nos tenha tentado dar indicações no seu melhor
“montenegrino + gestual”. Acabamos por pedir, também, indicações à polícia e
perceber que “после петог кружног тока
скрените лево”, significava “depois
da quinta rotunda, vira à esquerda”! As indicações do senhor estavam
correctíssimas e até tínhamos lá chegado… Só que havia ali uma feira, os
carrosséis cortavam os acessos todos e…, tínhamos de ir dar outra grande volta
“atrás do Sol posto”!
Era já
noite quando deambulamos calmamente pela cidade antiga de Budva, acolhedora e
bem preservada.
Considerada
uma das mais antigas cidades da região, Budva foi dominada por vários impérios,
reinos e repúblicas (os tais “suspeitos do costume”, aqui da zona) e ostenta
marcas arquitectónicas desses períodos. A cidade velha foi quase completamente
reconstruída após o grande terramoto de 1979.
No
planeamento e preparação desta viagem, achei que seria giro ficarmos na “ilha”
de Sveti Stefan. A dita ilha (que está ligada ao continente por um pequeno
istmo) é toda murada, desde o século XV, e os acessos ao istmo de ligação são
privados e controlados. Actualmente, é propriedade do Hotel Ãman Sveti Stefan.
Digamos que não considerei a relação “qualidade / preço” muito apelativa…, e
deixei o hotel para os “árabes”…
Fotos: Budva.
Continuamos
a descer a costa, por estradas “lentas”, e entramos na Albânia, onde as
estradas “ainda são mais lentas”. As fronteiras, sempre uma incógnita nestas
coisas, funcionaram sem problemas. Entretanto, saímos do Sistema Monetário
Europeu e entramos nos domínios do “LEK” albanês, que vale cerca de cem vezes
menos do que o EURO. Os preços ainda são razoavelmente em conta por estas
bandas, mas, pelo que percebemos, também já não são o que eram…
A Albânia permaneceu
isolada do mundo durante décadas, vivendo sob o peso de sucessivos regimes
comunistas. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, até 1961, sob a esfera da
União Soviética… De 1961 até 1992, sob a esfera da China… Escusado será dizer
que poucos visitantes estrangeiros tiveram permissão de visitar o país naquele
período. Continua a ser um dos países mais pobres da Europa.
Começa,
agora, a libertar-se e a revelar aos viajantes autênticos tesouros
arquitectónicos dos períodos bizantino e otomano, paisagens fantásticas e as
águas cristalinas do Mar Adriático e do Mar Jónico, que banham a sua extensa e
recortada linha costeira.
A quase
omnipresente mistura de igrejas bizantinas e mesquitas mostra uma longa e inspiradora
convivência pacífica entre religiões.
Há meio
século, na casa dos meus pais, li um excelente artigo sobre Berat,
provavelmente numa revista das Seleções do Reader's Digest... Cinquenta anos
depois, "bora lá" visitar Berat!
É uma das
cidades mais antigas do país e, à época, uma das mais importantes cidades albanesas
do Império Otomano, essencialmente habitada por mercadores e artesãos. Fica no
meio da Albânia e está na lista das cidades mais antigas e permanentemente
habitadas que existem no mundo. Berat, é conhecida como a "Cidade das Mil
Janelas", perfeitamente alinhadas no casario das zonas mais antigas, onde
as influências dos estilos, otomano e albanês, se cruzam. As ditas “Mil Janelas”,
todas viradas para o Rio Osumit, procuram captar o máximo da luz solar ao longo
do dia.
O centro
histórico de Berat é, também, Património da Humanidade, pela UNESCO.
Fotos: Berat.
Percebemos
rapidamente que qualquer trajecto na Albânia, por pequeno que seja, pode levar
muito, mas mesmo muito tempo… Tivemos, assim, de deixar cair a sugestão do
nosso amigo Sílvio Carvalho para uma ida ao cume do Monte Tomorr, dentro do
Parque Natural do Monte Tomorr, onde se encontra o monumento ao Abbas ibn Ali.
É o ponto da Albânia a maior altitude (~2340 m) que um veículo “4x4” (noblesse
oblige!) consegue atingir. A partir de Berat, seriam mais umas quantas dezenas
de quilómetros (teríamos de contornar o Parque Natural, pois o acesso inicia-se
a Este, na povoação de Ujanik), nas tais estradas “muito lentas”…
Ficamos,
portanto, com mais um pretexto para um dia regressarmos à Albânia…, e rumámos à
“Riviera Albanesa”, com destino final em Vlora. É aqui que se juntam o Mar
Adriático (a Norte) e o Mar Jónico (a Sul).
A “Riviera
Albanesa”, que se estende desde Vlora para Sul, até Saranda, revelou-se ao
mundo há não muitos anos. O sucesso foi imediato, ou não se tratasse do
“último” troço de mar europeu com uma costa recortada e magnífica, com aldeias
encantadoras e incontáveis praias desconhecidas, vazias e imaculadas. A
consequente exploração turística desenfreada e desordenada, tem causado danos
difíceis de reparar. Já vimos este filme…
Dito isto,
toda a zona continua a ter uma linha de costa encantadora com uma sucessão de
paisagens e praias magníficas. O governo albanês está a tentar “por ordem” no
turismo desenfreado.
Vlora é a
terceira maior cidade da Albânia e desempenhou um papel fundamental na sua independência,
como centro estratégico para os fundadores do país, que aqui, na Assembleia de
Vlora, assinaram a Declaração de Independência, face ao Império Otomano, em 28
de Novembro de 1912. Vlora tornou-se, então, a primeira capital da Albânia.
Fotos: Vlora.
Como
existiam algumas dúvidas sobre a morosidade das fronteiras com a Grécia,
procuramos “jogar pelo seguro” e não fazer grandes desvios.
O Llogara
National Park estende-se por uma área bastante extensa e diversificada, ao
longo da “Riviera Albanesa”. No Inverno, neva nos picos mais altos, e no Verão,
as praias do Mar Jónico enchem-se de pessoas. Estávamos no final de Setembro e…,
nem uma coisa nem outra. Apenas paisagens a pedir um regresso… Especialmente na
zona do Llogara Pass, que atravessa as montanhas nos 1043 metros de altitude, e
é considerada uma das rotas costeiras e de montanha mais bonitas do mundo. Esta
estrada figura, também, na lista das “Dangerous roads of the World”. Sinuosa,
estreita, com falta de barreiras de protecção e com declives de 11%, exige
redobrada atenção, especialmente com piso escorregadio.
Ao
contrário de outras zonas (mais interiores) do país, aqui não encontramos gado
à solta no meio da estrada. Mas havia albaneses ao volante!
Tentando
ser simpático, diria que o estilo de condução da Albânia, tem “espaço para
melhorar”… Mesmo muito espaço para melhorar! O Montenegro e a Croácia, também
exigiram redobrada atenção, mas aqui as coisas eram piores. Passámos por vários
acidentes, dos quais, pelo menos um bastante grave. E quase todos facilmente explicáveis
pela forma como as pessoas aqui conduzem… Ou muito devagar, ou muito depressa,
independentemente das condições. Parando, ou virando, ou mudando de faixa, em
qualquer local, em qualquer momento e de qualquer maneira… Entrando nos
cruzamentos de qualquer maneira… Etc,
etc. Se juntarmos a tudo isto, um
elevado número de automóveis de elevadas prestações, importados, já com muitos
anos e aspecto bastante degradado (porque, provavelmente, os actuais
proprietários nunca lhes asseguraram as manutenções devidas)…, temos as
condições perfeitas para cenários de acidente. E eles, os acidentes,
repetiam-se um pouco por todo o lado.
Fotos: Llogara
National Park.
Tempo ainda
para uma breve paragem na baía de Porto Palermo e uma visita ao seu pequeno
castelo. Há uma década atrás, o Huffington Post classificou Porto Palermo como
sendo o primeiro de uma lista de quinze destinos europeus ainda por descobrir. Do
terraço do castelo temos excelentes vistas para as montanhas e para a costa do
Mar Jónico.
Aos dias de
hoje, toda a zona é “área protegida”, mas, devido à sua posição estratégica, toda
a baía de Porto Palermo desempenhou importantes papéis defensivos desde a
antiguidade até a Segunda Guerra Mundial. Depois disso, o forte serviu ainda como
aquartelamento de apoio a uma antiga base de submarinos da União Soviética.
Estacionamos,
literalmente, na praia (“em Roma, sê
romano”), no que fomos seguidos por outros três veículos “4x4”. Ficamos na
boa companhia de mais três casais jovens, que também andavam a desfrutar deste
fantástico país nos seus próprios veículos. Com uma pequena diferença… Andavam
em modo “overland”, com tendas de tejadilho…
O nosso
amigo Camilo Oliveira que me perdoe, mas aquela coisa de “andar com a casa às
costas”, é que…, ainda não chegamos lá… Nem nos parece que lá cheguemos. É que,
no final do dia, um hotelzinho confortável (se possível com uma piscina) sabe
mesmo pela vida! Então, se a piscina estiver virada para onde os mares
Adriático e Jónico se juntam…
Fotos: Porto Palermo (a primeira fotografia foi retirada da INTERNET, da página https://www.iStockPhoto.com/).
Os nossos
receios de demoras nas fronteiras com a Grécia, felizmente, não se confirmaram.
Aliás, em todas as fronteiras que atravessamos nesta viagem, o profissionalismo
e a rapidez foram marcantes. Ok, levaram sempre o seu tempo e, por exemplo,
antes da entrada para o ferry-boat da Grécia para a Itália, pediram-me para
abrir a bagageira. Mas tudo rápido e profissional.
Entramos
assim no Norte da Grécia com bastante tempo para deambular por Igoumenitsa e
arredores.
Sendo o
segundo porto de passageiros mais movimentado da Grécia, logo a seguir ao
Pireu, Igoumenitsa é, para muitas pessoas, a porta de entrada, ou de saída,
para e da Grécia. Existem ferries entre Igoumenitsa e os portos italianos de
Brindisi, Bari, Ancona e Veneza, bem como para as ilhas gregas de Corfu e Paxi.
O nosso
ferry-boat, o “Florencia”, da Grimaldi Lines, vinha de Patras e seguia para
Ancona. Não era mau, mas, a nossa experiência em viagens em ferries tem-nos
mostrado que, há medida que descemos na Latitude, também descemos na qualidade
dos ferries…
Ainda
assim, não nos queixamos. O camarote era “normal” e o restaurante até era
razoável. Noblesse oblige, estando em “território grego”, não podíamos deixar
de provar um dos seus peculiares vinhos “resinados”. No caso, um “PET∑INA”.
A primeira
referência aos vinhos “resinados” é feita por Lucius Columella, provavelmente,
a maior autoridade da época em agricultura, em “De res rustica” (“Da agricultura”), onde explica quais os tipos de
resina que podem ser usadas para selar os vinhos, podendo também ser misturadas
no próprio vinho… Disse-nos, também, que “… os
melhores vinhos não devem ter adição de resina…”
Pois… Hoje
em dia, estes vinhos são mais suaves e até têm regiões demarcadas. Imagino o
que seriam…, há mil ou dois mil anos atrás… As “más-línguas” até dizem que os
gregos exageravam na colocação de pez nos vinhos para que, como os romanos não
gostavam muito do sabor, estes não lhes roubassem a produção.
Entretanto,
quer os espaços interiores (nas zonas das cadeiras, destinadas a quem não ia em
camarotes), quer os exteriores, pareciam um autêntico acampamento desordenado.
Desde tendas, a camas de campanha, a colchões insufláveis, a cobertores e
mantas, tudo se espalhava por aqueles pavimentos para passar a noite. Sem falar,
também, nos tapetes espalhados nos patamares de acesso às portas e às escadas,
com famílias inteiras (numerosas) a tomarem as suas refeições, na maior das
calmas… Quem quisesse passar, que procurassem outra passagem… Pois! Se houvesse
alguma emergência…
Ah! Claro
que o navio tinha cartazes, um pouco por todo o lado, a proibir, expressamente,
todas aquelas coisas… Simplesmente, existem povos que se estão, sempre, a
marimbar para as regras e leis dos povos que os acolhem… Não respeitam nada,
nem ninguém, e isto só pode acabar mal, muito mal.
Fotos: Entrada na Grécia e Igoumenitsa.
Fotos: A
bordo do ferry-boat “Florencia”, da Grimaldi Lines.
Fotos: Chegada
a Ancona.
Tempo de rumar, de novo, à Lusitana Pátria…
Com os
atrasos típicos destas ligações marítimas, já não nos detivemos em Ancona.
Saímos do ferry-boat e rumamos directamente para a República de São Marino, o
quinto menor país independente do mundo (com 61 km2) e o Estado-Nação
mais antigo, fundado no ano 301. A sua capital, a Cidade de São Marino, assim
como o complexo de torres de defesa, integram a lista de Património da
Humanidade, pela UNESCO.
Localizado no
monte Titano, na zona oriental da cadeia montanhosa dos Apeninos, São Marino é
um dos seis “micro-estados” europeus, juntamente com Andorra, Liechtenstein, Malta,
Mónaco e Vaticano.
Em toda a
viagem, apenas em São Marino apanhamos com chuva digna desse nome (Ok! E também
durante a travessia no ferry-boat). Mas como estávamos mesmo no centro da
Cidade de São Marino, provavelmente no único hotel com estacionamento coberto, deambular
pela cidade, pelas muralhas, pelas torres e pela fortaleza, foi pacífico e
gratificante.
Fotos: São
Marino.
Regressávamos,
entretanto, a trajectos já bem conhecidos do “Pantera Negra”, rumo à Côte d’Azur,
para desfrutarmos um pouco deste ameno início de Outono junto ao Mediterrâneo.
Optamos por
estabelecer a “base” em Cap d’Antibes, uma daquelas pequenas jóias, mesmo ao
lado dos eixos mais “badalados”, que passam despercebidas da maioria dos
turistas (que se ficam pela, também bela, Antibes).
A página de
Internet do Comité Régional de Tourisme de Côte d'Azur France dava-nos um
resumo inspirador sobre Cap d’Antibes, que subscrevemos plenamente…
“… Une
invitation au bonheur à ne surtout pas manquer sur la Côte d’Azur! Si vous
souhaitez passer une journée dans un lieu paradisiaque, dépaysant et empreint
de sérénité, je vous conseille la presqu’île du Cap d’Antibes. D’une superficie
de 3,7 km², le Cap d’Antibes offre de magnifiques paysages à découvrir tout au
long de la journée, du lever au coucher de soleil!...” – in Comité
Régional de Tourisme de Côte d'Azur France
O tempo, neste
final de Setembro, ainda convidava a uns mergulhos no Mediterrâneo e a uma
longa passeata pelo magnífico “Sentier du Littoral”, situado no extremo Sul do
cabo. Toda a zona é protegida e faz parte da Rede Natura 2000. Não chegamos a
ver golfinhos, mas diziam os locais que não é raro serem avistados por ali.
Sempre que
existem ameaças de mau tempo…, o “Sentier du Littoral” é encerrado por razões
de segurança.
Fotos: Cap
d’Antibes.
De todas as
vezes que tínhamos estado na Côte d’Azur, nunca tínhamos visitado Èze,
provavelmente, a povoação de traça medieval mais bonita e com as melhores
vistas de toda esta linha costeira.
Seguimos
com o “Pantera Negra” a lançar charme pela zona antiga de Antibes e continuámos
pela costa até passarmos Nice. Depois, ao invés do trajecto habitual, pela
costa, subimos pela Corniche para melhor podermos apreciar, desta vez “lá do
alto”, as povoações de Villefranche-sur-Mer, Saint-Jean de Cap-Ferrat e
Beaulieu-sur-Mer. Vistas magníficas sobre pequenos paraísos.
Fotos: Villefranche-sur-Mer
e Saint-Jean de Cap-Ferrat.
Povoada
desde há quatro milénios e disputada, desde sempre, por diferentes povos, inúmeras
vezes Èze foi destruída e reconstruída pelos “vencedores” dessas disputas. O
que chegou aos nossos dias, tem o cunho francês, desde os tempos medievais.
Èze foi
descrita como um “ninho de águia”, dada a sua localização, alcantilada no topo
de um penhasco, quatrocentos metros acima do nível do mar. As vistas são
divinais.
Estando em
zona de perfumes e perfumarias, não podíamos deixar de fazer, também, uma instrutiva
visita à fábrica de perfumes da Fragonard. Os mais “Kotas” ainda se lembravam
da lição “Les fleurs et les parfums”, do livro de francês “Je commence”, dos
tempos do antigo Ciclo Preparatório… E os franceses, claro, gostaram do
“elogio”!
Depois…
Bem, depois foi um lento deambular pelas ruas, ruelas e jardins desta pérola da
Côte d’Azur. Diz-se por aqui, que o próprio Nietzsche se enamorou de Èze e que
nas suas vielas se perdeu, em busca de inspiração para a sua obra “Assim falou
Zaratustra”… Não nos perdemos. Mas apetecia!
Como é que
só desta vez é que, finalmente, visitamos Èze???!!!
Fotos: Èze.
Fotos: Èze
– Fábrica de perfumes da Fragonard.
Energias
repostas e era tempo de regressar a Portugal, não sem uma breve escala em Pau,
ponto de controlo estratégico das passagens de montanha, desde os tempos
Gallo-Romanos.
Localizada
no sopé dos Pirinéus Atlânticos e abrigada dos ventos, a cidade tem um
agradável micro-clima com verões longos e invernos amenos. No século XIX e
início do século XX, franceses, ingleses, russos e até brasileiros abastados
estabeleciam-se aqui durante largas temporadas.
Com o
declínio deste tipo de “turismo”, durante o século XX, a cidade reorientou a
sua economia para a indústria aeronáutica e, com a descoberta dos campos de gás
de Lacq, em 1951, para o sector da energia.
Tendo saído
já não muito cedo de Cap d’Antibes e com as habituais paragens e velocidades
“de passeio” do “Pantera Negra”, chegamos a Pau já ao final da tarde.
Hoje em
dia, Pau sofre os efeitos das imigrações descontroladas, tal como uma boa parte
do país. Deambular à noite por ali, cria alguma apreensão… Já durante o dia, a
beleza da cidade e das paisagens circundantes, com os Pirinéus em pano de
fundo, ultrapassa todas essas apreensões.
Fotos: Pau.
E, com mais
uma boa lição de história no curriculum,
chegamos ao Oeste, a um tal “centro do mundo”, aka, Abrantes!
Foto: Abrantes.
Foto: O
“Pantera Negra”, deambulando por aí...
E o nosso
querido “Pantera Negra”, com três décadas e mais de quatrocentos e
quarenta mil quilómetros de aventuras, soma e segue! Com ele, até agora, já
percorremos trinta e cinco países países, em dois continentes… Portugal de
“lés-a-lés”, claro está, mas também Marrocos, Espanha, Principado de Andorra,
Grã-Bretanha (incluindo as Highlands da Escócia, as ilhas Hébridas, a Irlanda
do Norte e Gibraltar), Irlanda, França, Mónaco, Itália, Bélgica, Luxemburgo,
Holanda, Alemanha, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Noruega (onde fomos mesmo até
ao Cabo Norte!), Liechtenstein, Islândia, Áustria, Suíça, Eslováquia, Hungria,
Croácia, Eslovénia, República Checa, Polónia, Lituânia, Letónia, Estónia,
Bósnia Herzegovina, Montenegro, Albânia, Grécia, São Marino…
“Pantera
Negra”, foi o nome com que a nossa filha baptizou o carro, numa época em que
ainda se deliciava com as histórias do “Moggli, o filho da selva” e dos seus
inseparáveis amigos, o urso Balú e a pantera negra Baghera… E “Pantera Negra”
ficou, até hoje!
Luís de Matos
(Outubro de
2013)